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No debate da TV Cabo Branco, Cícero e Nilvan confrontam ideias, mas deixam “pontas soltas” sobre soluções
Pandemia e temas relacionados a corrupção foram pontos sensíveis do debate

O debate entre os candidatos a prefeito de João Pessoa, promovido nesta sexta-feira (27) pela TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo, foi, de longe, o melhor deste ano. Isso apesar de o espaço generoso e privilegiado não ter sido bem aproveitado, em alguns momentos, pelos postulantes. Eles se dividiram, no geral, entre propostas e “caneladas”.

O roteiro não é muito diferente do que vimos em anos anteriores. Houve apresentação de propostas, mas sobraram “pontas soltas” quando os candidatos passaram a indicar soluções para os problemas. Um tema sensível foi a pandemia do novo Coronavírus. Os dois postulantes insistiram na tecla de que não haverá “lockdown”.

O tema fechamento da economia, a propósito, virou a coqueluche da campanha. Tanto Nilvan quanto Cícero insistem que nada vai ser fechado porque, se eleitos, eles vão nomear “quadros técnicos” para a Saúde. Apesar de o discurso ser palatável, nenhum dos dois pode dar tal garantia. Se houver segunda onda, a Justiça vai mandar fechar.

Em alguns momentos, os candidatos assumiram a postura de um buscar a desestabilização do outro. O objetivo era forçar constrangimento do oponente. Isso ocorreu durante a abordagem de temas como saúde, comércio ambulante, transporte público e turismo. Na maior parte do debate, os dois se mostraram tranquilos.

O tom do confronto foi elevado quando os questionamentos seguiram rumo à vida pregressa dos candidatos. Nesta etapa, a postura segura e séria da mediadora do debate, Larissa Pereira, foi essencial para segurar os ânimos dos candidatos. A apresentadora do JPB 2, diga-se de passagem, deu um show na condução do debate.

Bem, mas voltando ao confronto, houve acusações sérias trocadas pelos candidatos. Nilvan procurou lembrar os processos enfrentados por Cícero Lucena na Justiça e citou também o recebimento de pensão paga até recentemente aos ex-governadores. O progressista retrucou lembrando o processo de Nilvan sobre falsificações de roupas.

Cícero trouxe para o debate, ainda, o fato de familiares de Nilvan terem recebido salários da prefeitura de João Pessoa supostamente sem trabalhar. Nilvan pediu respeito e para não envolver outras pessoas no debate e Cícero lembrou apoiadores do emedebista que receberam pensão do Estado, a exemplo dos ex-governadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e José Maranhão (MDB).

Durante o confronto, Cícero lembrou que foi inocentado dos processos citados por Nilvan. Disse ainda que o comunicador tinha, quando atuava como radialista, feito uma defesa dele, tratando-o como “caboquinho”. A reação de Nilvan foi dizer que foi enganado por Cícero e concluiu: “o senhor é um caboquinho muito danadinho”.

Só para historiar, vale lembrar que a troca de farpas entre os candidatos foi intensificada a partir da última quarta-feira (26). De lá para cá, na reta final da campanha, a lavagem de roupa passou a ganhar mais destaque que as propostas. O debate da TV Cabo Branco, por isso, serviu para escancarar estas questões.

A visão geral é que, apesar do espaço generoso e privilegiado dado pela TV Cabo Branco aos candidatos, sobrou canelada e faltou diálogo propositivo com o cidadão. Neste domingo (29), João Pessoa volta às urnas. Só então teremos maior clareza de quem, efetivamente, conseguiu convencer melhor o eleitorado.

Divulgação Barra News PB 
TV Cabo Branco

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